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Como lidar com a ansiedade durante o isolamento social


Em meados de março de 2020 fomos surpreendidos por uma situação nova e atípica que já era realidade noutros países: a pandemia e a necessidade do isolamento social. Para lidar com essa situação é preciso cuidar da saúde mental, mais do que nunca!

Essa situação gera consequências para todos: mortes, recessão econômica, estresse e rupturas drásticas na rotina das pessoas. A realidade é essa: TODOS vão perder algo durante esse período! NINGUÉM está isento.

Aqui na terrinha, antes do coronavírus, em 2019 já havia dados da Organização Mundial de Saúde(OMS) apontando que “O Brasil sofre uma epidemia de ansiedade. O País tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno.” (https://exame.abril.com.br/ciencia/brasil-e-o-pais-mais-ansioso-do-mundo-segundo-a-oms/)

No confinamento a ansiedade pode aumentar, favorecendo o aparecimento de tristeza, depressão, fobias, pânico, paranoias, estresse, pois as incertezas fazem com que todos se sintam inseguros, com medo, principalmente numa conjuntura de alcance mundial.

Devemos ficar atentos porque a diminuição das relações interpessoais, associada a um estresse coletivo, pode resultar em diversos transtornos psicológicos.

Há lições que podemos extrair dessa triste realidade e estratégias a adotar para amenizar os sinais da ansiedade:

1. Seja seletivo com as informações. As pessoas estão muito angustiadas com o excesso de informação catastrófica em tempo real. Os meios de comunicação vivem de alardear tragédias porque esse assunto “vende”. Noticiar assuntos positivos e agradáveis não “vende”, por isso não são veiculados. Cuidado com fake news! Dê prioridade às fontes oficiais para não cair na manipulação de conteúdos alarmistas (Siga a OMS no Facebook ou no Instagram). Não fique o dia todo caçando notícias — escolha um horário do dia para se informar; o coronavírus não deve ser o centro da sua vida durante o confinamento. (

2. Estabeleça uma rotina. Primeiro, tenha um horário confortável para acordar e dormir, mantenha seus horários regulares de alimentação, lazer, descanso e trabalho (caso você esteja trabalhando em casa). Não exagere no trabalho; busque o equilíbrio para não detonar mais sua saúde mental.

Mantenha seus exercícios físicos, adaptando à realidade do espaço de sua casa. Há muitos aplicativos e lives no Instagram com treinos variados.

Certifique-se de ter uma alimentação saudável e balanceada, evitando “descontar” a ansiedade na ingestão exagerada de comida, bebida alcoólica e remédios.

Obs.: ficar na cama trabalhando de pijama o dia todo, não é produtivo, porque você passa uma mensagem duvidosa ao seu cérebro. Vista roupas confortáveis e crie um ambiente agradável para realizar suas atividades.

3. Mantenha contato com as pessoas através da tecnologia. As mídias sociais sobrecarregam de medo e pânico, mas também têm seus benefícios. Aproveite este período difícil para estreitar laços com pessoas queridas: amigos, vizinhos, familiares. O isolamento social faz aflorar sentimentos de abandono, rejeição, solidão, portanto, é importante se manter de alguma forma conectado às pessoas que você ama.

4. Pratique atividades prazerosas: leitura, assistir séries, jardinagem, artesanato, trabalhos manuais, e outras atividades que te proporcionem alegria e relaxamento. O professor de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP, Nelson Fragoso alerta que é possível conviver em isolamento por algumas semanas, mas a partir da 3a e 4a semana, é necessário usar a criatividade para inovar. Na internet temos muito conteúdo gratuito: aulas, palestras, cursos, tutoriais, etc.

5. Pratique meditação. Um recurso valioso, grátis e que pode ser feito em qualquer lugar da sua casa. Você precisa apenas se sentar numa posição confortável, fechar os olhos, não se prender a nenhum dos pensamentos que chegam e focar na sua respiração. Se quiser, utilize aplicativos da internet com meditações guiadas. A meditação irá te ajudar a diminuir os níveis de estresse e ansiedade e fortalecer seu sistema imunológico.

6. Amplie a empatia. Estamos numa situação em que não há espaço para o egoísmo. O COVID-19 chegou para esfregar na nossa cara a nossa vulnerabilidade e a nossa interdependência. Precisamos, mais do que nunca, nos colocar no lugar do outro sem julgamentos. Quando você decide fazer algo que possa aumentar o contágio, precisa pensar sempre nas pessoas do grupo de risco. Só há um caminho para superar: lutando juntos e pensando nos outros, além de em nós mesmos.

7. Cultive a Gratidão. Desenvolva a perspectiva da gratidão e acolha pensamentos positivos, otimistas e de esperança. Pensamentos negativos e preocupações com o futuro são uma grande fonte de ansiedade. Acorde, faça um alongamento, foque na sua respiração e agradeça. Ao longo do dia, não se deixe contaminar por pensamentos pessimistas e nem fique ruminando o medo. Converse com familiares e amigos para desabafar e expor como se sente. Você não está sozinho, estamos todos juntos.

8. Procure ajuda profissional. Destaco que as dicas acima não substituem a avaliação/ acompanhamento psicológico, que é fundamental em certos casos. Buscar um(a) psicólogo(a) que atende online é uma alternativa excelente para esse momento e pode te ajudar a passar pela tempestade com a saúde mental preservada. Eu já atendia on line desde 2014, mas agora transferi as terapias presenciais para o modo on line. Esta é uma medida recomendada para evitar o contágio do coronavírus e, ao mesmo tempo, cuidar da saúde mental.

Se você já faz terapia, não deixe de fazer sessões por causa do isolamento. E você que ainda não faz terapia e sente que está com níveis de ansiedade muito altos, essa é a melhor hora para começar a se cuidar. Um profissional especializado pode ser essencial para te ajudar a lidar com o medo e o pânico, portanto, não hesite em procurar um(a) psicoterapeuta ao menor sinal de problemas.

Cristina Vasconcelos - Psicoterapeuta e Coach

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