Quem sou eu?
Como me vejo, me percebo e me defino?
Sou uma pessoa inteira, feliz, tenho amor-próprio e respeito pelo meu EU?
Sou alguém comum ou alguém singular e único(a)?
Me encaixo em formas e estereótipos, ou evoluo encarando mudanças?
Essas perguntas não são simples e portanto têm respostas complexas.
O autoconceito responde a essas questões pois é definido como o conceito claro que o indivíduo faz de si próprio como um ser físico, social, espiritual e moral. Também refere-se à interpretação das próprias emoções, da própria conduta e a comparação da mesma com a do outro, se é semelhante à sua ou não. Nós somos o que sentimos, o que pensamo r o que experienciamos.
É a visão de sua pessoa e esta visão não é estática; ela vai mudando durante a vida em função das experiências, das circunstâncias e do contexto que te rodeia. Muda-se com frequência, pois a cada dia novos pensamentos, sentimentos, hábitos, ideais, aprendizagens, conhecimentos e experiências são adicionados ao seu perfil.
Como se forma o autoconceito?
Este conceito vai se formando ao longo da vida e seria a soma de percepções e julgamentos que uma pessoa tem de si mesma. Tais percepções são formadas pelo somatório das avaliações e reforços de pessoas significativas em sua vida (familiares, amigos, educadores, etc.), mais as autoatribuições que o indivíduo dá ao seu comportamento e mais as experiências e interpretações do ambiente onde se insere.
O autoconceito abrange elementos de vários campos da existência, tais como: a imagem corporal, a sensibilidade, a cultura, a religião e outros. O comportamento relativo ao conceito que nós temos de nós próprios é variado. Podemos realizar atividades de: autopercepção, autoavaliação, autocomunicação, automotivação e autocontrole.
O autoconceito é único em cada pessoa. Ele é composto por imagens do que nós próprios pensamos que somos, o que pensamos que conseguimos realizar e o que pensamos que os outros pensam de nós e também de como gostaríamos de ser.
Importância do autoconceito
É uma construção que ajuda a compreender aspectos importantes do comportamento humano, como a uniformidade, a consciência e a coerência da conduta observável de cada um, a noção de identidade e a manutenção de certos modelos de conduta ao longo do tempo.
Destaco que o autoconceito está estreitamente ligado à autoestima porque esta deriva dos processos de avaliação que o indivíduo faz das suas qualidades, desempenhos ou virtudes. Por isso, ocupa lugar de destaque na compreensão e na explicação dos transtornos emocionais, desempenhando um papel significativo em diversos contextos, particularmente na prática clínica, pois está intimamente relacionado também com numerosos fenômenos psicopatológicos.
O autoconceito tem um papel extremamente importante na medida em que tenta explicar o comportamento e responder porque um indivíduo consegue manter certa consistência nesse mesmo comportamento; explicita a interpretação da experiência e fornece um certo grau de previsão.
*** Aprofunde nesse assunto assistindo o vídeo no meu canal do Youtube "Resgate da Autoestima" https://www.youtube.com/watch?v=T23Lb684pKU
Princípios do autoconceito:
Está organizado e estruturado, pois o sujeito categoriza a informação sobre si mesmo, relacionando estas categorias entre si;
Tem um caráter evolutivo, ou seja, é estável, mas não imutável, pois vai desenvolvendo-se ao longo da vida, com base nas situações experienciadas pelo sujeito;
É multidimensional, ou seja, assume vários domínios, como o autoconceito acadêmico, o social, o pessoal e o físico. Cada qual liga-se a aspectos diferentes do seu comportamento.
Cada pessoa ao experienciar sucessos e fracassos deve sentir-se responsável por eles, para que obtenha um autoconceito realista e saudável e para ser bem sucedido neste processo de (auto)construção pessoal contínuo.
A singularidade de cada pessoa pode ser comparada às ondas do mar: cada onda é individual e diferente das outras, desde a sua formação, até o percurso que ela faz chegando à arrebentação. Mas se olharmos o conjunto de ondas, tudo é mar. Assim é a vida das pessoas: pode-se ter características iguais a outras pessoas, mas sua personalidade é única e diferente de qualquer uma delas. Melhores? Piores? Isso você decide!
Cristina Vasconcelos - Psicoterapeuta e Coach