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Dependência emocional na maturidade

Você acredita que para amar você deve se encarcerar?

Por que algumas mulheres apaixonadas perdem seus interesse vitais?


Não confunda amor com dependência afetiva

Filósofos, poetas, literatos e psicólogos de todas as épocas já escreveram muito sobre o amor, desde a Grécia Antiga, o Oriente e o Ocidente.

Amor não é dependência, pois esta última gera insegurança, sofrimento emocional, depressão, medo do abandono, etc.

Minha prática clínica trouxe inúmeras clientes vítimas do amor doentio, com uma dependência afetiva extrema, que as impedia de estabelecer relações amorosas saudáveis.

Convivemos com a dependência afetiva à nossa volta, a aceitamos e até a patrocinamos! Nossa sociedade é cúmplice dos abusos do amor neurótico. Quando o amor obstinado dispara, nada parece detê-lo….

É possível amar sem dependências, de modo pleno, alegre e saudável, quando se faz isto de forma limpa, honesta e livre.

A boa notícia é que a dependência afetiva pode ser prevenida. Apresento 3 ações que desenvolvem uma atitude antidependência e um estilo de vida de emancipação psicológica, sem deixar de amar.

1. Praticar a exploração responsável

Consiste em fazer o que se tem vontade, desde que não cause danos a si e nem aos outros. Nós humanos temos a tendência inata de investigar, descobrir e explorar o meio. Daí percebemos que o prazer não está localizado numa fonte só, mas acessível em várias fontes. Não quero dizer que você deva substituir seu parceiro ou enganá-lo. A pessoa amada é uma parte importante da sua vida, mas não é a única. Se você perde a capacidade de pesquisar, esmiuçar e se surpreender com outras coisas, ficará presa à rotina. Você pode amar profunda e respeitosamente seu parceiro e ao mesmo tempo ter prazer em aproveitar uma tarde sol, tomar um sorvete, passear, sair com amigos, ir ao cinema, fazer cursos, viajar, etc. E tudo bem com isto, nada de errado ou anormal!

2. Desenvolver a autonomia

Buscar autonomia é uma tendência natural nos sujeitos saudáveis. Quando a mulher decide ser dona de sua vida e de suas decisões, o crescimento pessoal não tem limites. A ciência já demonstrou que pessoas autônomas desenvolvem alta imunidade a doenças.

Mulheres que sofrem de dependência afetiva são as que mais bloqueiam a autonomia, porque suas necessidades de segurança e proteção são fortes demais.

O exercício da autonomia gera autoconfiança e perda do medo da solidão. Um estilo de vida orientado à liberdade pessoal produz, no mínimo, 3 qualidades psicoafetivas:

  • A defesa da territorialidade (espaço de individualidade e reserva pessoal),

  • A substituição da solidão pela solitude (gera autoconhecimento) e

  • Um incremento na autossuficiência e autoeficácia.

3. Buscar o sentido da vida

As mulheres que têm um sentido de vida têm vantagens sobre as outras: vivem mais tempo, melhoram substancialmente a qualidade de vida, adoecem menos, enfrentam situações adversas e doenças terminais com integridade, criam imunidade a transtornos mentais, perdem o medo da morte e são extremamente resistentes a dependências.

Para alcançar o sentido da vida é preciso transitar em 2 dimensões básicas:

  • A autorrealização, que se refere à capacidade de reconhecer e desenvolver seus talentos naturais. Quem encontra sua vocação e sente paixão pelo que faz, se vacina contra a dependência afetiva porque sua energia vital se abre a outras experiências prazerosas. Mulheres realizadas não são possessivas, são independentes sem descuidar do vínculo afetivo.

  • A transcendência se refere ao desenvolvimento da sua vida espiritual (não estou falando de religião…); perceba que você participa de um projeto maior universal e aceite sua importância, pois isto te faz forte e te dá um sentido vital. Os ideais te fazem crescer, justificam sua presença no planeta e te dão um motivo para viver.

Muitas mulheres vivem presas a relações afetivas doentias inconscientemente, ou não podem ou não querem escapar. E muitas vezes junto à dependência afetiva há também a dependência financeira. O medo de perder a fonte de segurança e proteção as mantém atadas a esse amor perverso, com sérias consequências físicas e mentais.

Se você realmente quer se libertar de um relacionamento neurótico, saiba que você pode! Comece a mudar velhos costumes viciados e limpe a maneira de processar a informação. Inicie uma revolução na sua vida afetiva desenvolvendo o realismo no amor, o autorrespeito e o autocontrole.

Caso você não consiga percorrer essa jornada sozinha procure ajuda profissional pois através da psicoterapia você amplia seu autoconhecimento, sua autoestima, sua assertividade, descobre suas potencialidades e constrói estratégias de enfrentamento das armadilhas que te levam à dependência afetiva.

Aprove-se mais, ame-se mais e dependa especialmente de você!

* Leituras sugeridas:

# Amar ou depender – Walter Riso, Ed. Academia

# Mulheres que amam demais - Robin Norwood, Ed. Rocco

Compartilhe comigo suas impressões sobre o tema e sugira assuntos que você gostaria de ver aqui tratados.

Cristina Vasconcelos

Psicoterapeuta e Coach

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