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A autoestima inabalável da mulher madura

A mulher 50+ na pressa do dia a dia e no enfrentamento das mudanças decorrentes do processo de envelhecimento, não deve se esquecer de um cuidado importante: a manutenção da autoestima, por ser ela que define quem você é, a partir de seu próprio referencial.



A autoestima consiste na avaliação pessoal que você faz de si mesma e do quanto você tem consciência dos seus valores e competências. Vai muito além do vago conceito de se achar bonita e atraente. Ela diz respeito ao fato de você se perceber como é, se aceitar, se admirar, se respeitar, etc.

É sentir-se confiante e adequada, capaz e merecedora. É não negar a realidade e amá-la independente de como ela é, por que se você não se ama, como crer que é digna de ser amada?

Com a chegada da maturidade nos percebemos um pouco acima do peso, com olheiras, alguns cabelos brancos, certas rugas e muitas vezes nos desfazemos de nossa imagem, deixando de amar quem somos, para criticar severamente nossa imagem que é única.

Ao olhar no espelho você vê que o tempo passou, não vê mais aquela feição de “mocinha” e começa novamente a questionar sua imagem, suas expressões, as marcas que a vida deixou e lamenta as oportunidades que perdeu, por falta de confiança em si.

Quando você não tem uma imagem fiel sobre si mesma, ou tem uma visão fantasiosa para mais ou para menos sobre suas características, ocorre a defasagem do seu maior bem - a autoestima. Daí você se critica como ninguém faz, reforçando suas características negativas, tratando com descaso sua aparência física, intelectual e não se movimenta em direção à mudança.

A cada dia, percebe-se as pressões externas para se enquadrar aos padrões ditados pela sociedade, a respeito da mulher madura. Com isso vem a cobrança, a comparação e você se esquece de sua essência, suas qualidades e particularidades. Algumas mulheres não conseguem lidar bem com estes conflitos e desenvolvem assim uma baixa autoestima.

Mulheres fragilizadas e com pouca consciência de si deixam as rédeas de suas vidas nas mãos de terceiros, como amigos, família, colegas de trabalho, que devem ou não aceitá-las, elogiá-las ou reprimi-las. Então, com a autoestima comprometida colhem consequências danosas nas áreas física e emocional.

Não dê ao outro o poder de te definir e te enxergar com olhos negativos e superficiais, pois ninguém te conhece na íntegra a ponto de ter o direito de te julgar com sua opinião limitada.

Por outro lado, muitas coisas contribuem para a preservação da autoestima, como suas crenças, valores, relacionamentos, hábitos, aspirações, objetivos na vida, adaptações e ressignificações.

É tudo uma questão de escolha, de aceitar, de agregar qualidades a cada ruga que se forma em seu rosto e que são lindas! É sua história, suas conquistas, suas noites mal dormidas, tudo pelo que você passou. É seu sorriso, seu jeito, a personalidade formada que hoje dá lugar à presença marcante, pelo conjunto da obra.

É importante pensarmos nas mudanças dessa fase da vida, não só no âmbito físico mas também no âmbito emocional, profissional, a saída de familiares da residência e a morte de pessoas próximas. Algumas dessas mudanças desestabilizam a mulher, levando-a a sentir-se sem lugar, sem vez, por isso é necessário estar comprometida com um projeto pessoal de vida e um processo de elaborar e ressignificar suas vivências.

Isso requer paciência para aprender as lições que a vida reserva, paciência para ver as transformações do corpo e da mente que vão surgindo e as novas demandas que eles vão pedindo. Aqui o autoconhecimento é muito útil, afinal, um bom piloto mantém um voo eficiente, se ele conhece bem o avião que dirige.

Há umas perguntas a se fazer para que reconstruir os pontos frágeis da sua autoestima:

  • Como eu me trato quando estou sozinha?

  • Gosto da minha companhia?

  • As rédeas da minha vida estão em minhas mãos?

  • O que sinto quando penso no que me tornei?

  • Tenho orgulho da minha história?

  • Como registro em meu “almoxarifado de experiências” as situações que já vivi?

A melhor idade vem para aquelas que sabem aproveitar sua chegada e o caminho que você escolhe percorrer é que faz a diferença. O que é realmente considerável é o momento no qual a mulher está, com qual mentalidade ela receberá sua nova fase e como irá aproveitá-la, se de forma intensa ou mais pacata.

Também vale considerar que uma autoestima elevada faz a mulher ser mais otimista e positiva, o que torna seus fardos mais leves. O primeiro passo é o autoconhecimento e a crença em si mesma. Sozinhas estamos dentro de nosso emaranhado mental, por isso, em certos casos, é importante buscar ajuda profissional.

Assim, ter 50 ou 60 anos é uma celebração, é o ápice da vida de uma mulher. A autoestima é uma construção diária, contínua e muito compensadora, e o amor-próprio sempre será sua melhor vestimenta.


Cristina Vasconcelos

Psicoterapeuta e Coach



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